segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Treinamento com peso para crianças e adolescentes

O treinamento para crianças e adolescentes vem enfrentando vários paradigmas, se os adultos que se dizem bem resolvidos ainda se frustram no assunto “corpo”, imagine uma criança ou adolescente cheio de sonhos e ilusões!

O importante, antes de tudo, é esclarecer que musculação e ginástica não estão ligados a esforços máximos e pesos absurdamente altos. O conceito de fisiculturismo, halterofilismo e treinamento com peso (musculação) se confundem na cabeça dos pais.

Quando falamos em criança e adolescente, estamos lidando com descobertas e experimentações e porque priva-los dessas vontades?
A melhor receita é uma ótima orientação!

Vários estudos, desde 1980, deixaram clara a melhora fisiológica das garotas e garotos treinados.

O Dr. Turner, 1980, da academia Americana de Pediatria, listou os pontos mais importantes para este tipo de treinamento:
 Exame médico
 Professor experiente
 Sala de musculação segura
 Bons equipamentos
 Aquecimento (exercícios preparatórios)
 Técnica correta
 Escolha do peso testada
 Programa equilibrado
 Inicio fácil
 Freqüência 2 a 3 x semana
 Avaliação física e fisioterápica

Estudos feitos por RIANS e colaboradores (Sociedade Americana de Ortopedia, 1987), OZMUN e colaboradores (Revista de Medicina e ciência do esporte e exercícios, 1994) SEWALL e MICHELI (Divisão de medicina esportiva, hospital da criança, Boston, 1986) chegaram em conclusões similares.
Os grupos de pré-adolescentes treinados tiveram um aumento na força muito maior do que os não treinados, RIANS detectou até uma melhora na flexibilidade. O mais importante, ninguém se machucou nesses estudos. Hoje o maior paradigma é a interferência no crescimento. Nas pesquisas observadas, nenhuma comprovou esta interferência.

O grande problema então é não ter uma boa orientação e locais onde haja profissionais qualificados para tal. O treinar criança e adolescente, implica conhecer o universo o qual vivem, e saber orienta-lo não só na construção do corpo, mas para que? E porque?

O conjunto psico-fisiológico-social merece grande atenção neste grupo em questão, mas do que carregar peso, eles carregam o orgulho, a vontade, a auto estima. Assim dizer não, sem explicações é um ato altamente traumatizante quando a possibilidade de executar a tarefa é evidente.

Até semana que vem!!
kenji

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Depressão e atividade física

A literatura indica que o respeito pela individualidade de cada paciente é um aspecto relevante à escolha da intensidade das atividades psicomotoras, prevenindo assim situações que possam aumentar os problemas clínicos existentes (ROEDER, 2001). A avaliação diagnóstica de cada paciente é imprescindível para que o professor saiba quais suas limitações e necessidades, garantindo a construção de um programa que atinja os objetivos do tratamento antidepressivo.
A imagem corporal é a maneira que o indivíduo percebe seu próprio corpo, podendo ser distorcida em conseqüência de distúrbios psiquiátricos, traumas emocionais ou físicos ou por algum tipo de deficiência (mental ou física) (TAVARES e CONSOLAÇÃO, 2003).

A construção da imagem corporal não é afetada pela depressão apenas por ser um distúrbio psíquico, mas também pelas disfunções sociais, psicológicas e fisiológicas ocasionadas por ela (SHARKEY, 1998). A auto-percepção corporal vive em constante desenvolvimento, onde o movimento é um dos aspectos fundamentais para a organização desta. A terapia corporal amplia os meios de interação do indivíduo consigo e com

Os efeitos antidepressivos do exercício físico são percebidos em vários estudos, mas embora a maioria destes sejam realizados com exercícios aeróbios como a caminhada, Martinsen, Hoffart e Solberg (2001) citam que estes efeitos também podem ser atribuídos aos exercícios anaeróbios.
Verificou-se a existência de uma insuficiência de padronização de exercícios e de estratégias metodológicas utilizada pelos profissionais de educação física. Isto parece ser mais uma conseqüência da falta de experiência e da necessidade de maior conhecimento do Profissional de Educação Física quanto a relação atividade física e depressão considerando diferentes intensidades, tipo de atividades, duração relacionada aos diferentes diagnósticos de depressão. Por isso se torna importante a projeção de futuros estudos científicos que procurem fundamentar e padronizar exercícios, freqüência, duração, intensidade que auxiliem no tratamento antidepressivo. Além desta padronização, processos de avaliação tanto para diagnosticar as necessidades como para verificar os resultados obtidos através da prática regular de atividade física devem ser estudados e aplicados para que se justifique sua importância.
O movimento corporal trabalhado através das relações entre o indivíduo e seu ambiente, bem como pela aquisição do equilíbrio das dimensões morfológicas, funcional-motora, fisiológica, sensorial e comportamental, auxilia na redução dos sintomas da doença mental, resultando na melhora da qualidade de vida por proporcionar bem-estar pessoal e melhorando principalmente a saúde emocional (ROEDER, 2001).
Destaca-se na percepção dos Psiquiatras a influencia positiva da atividade física no tratamento dos sintomas físico em supressão aos sintomas psicológicos, onde a diminuição da insônia foi o aspecto mais relacionado com os benefícios da atividade física regular.
Além da melhora da maioria dos sintomas da depressão os psiquiatras percebem ainda que os sintomas, freqüência e duração da depressão são menores em pacientes que praticam atividade física regularmente em comparação com os que não praticam.
Outro ponto discutivel nesta relacao de atividade fisica e depressao e o tipo de atividade fisica mais adequada,aerobica ou anaerobica.Embora a maioria dos estudos atestem que a atividade fisica aerobica seja a que mais trag efeitos antidepressivos,novos estudos apontam que a atividade fisica anaerobica proporciona o mesmo efeito antidepressivo que o exercicio fisico aerobico.Quanto ao grau de depressao que e beneficiado atrvez da atividade fisica se pode citar a depressão

a) os homens e as mulheres de nível socioeconômico mais baixo, apresentaram níveis mais graves de depressão;
b) o nível de participação em atividades físicas foi baixíssimo, em ambos os gêneros;
c) a maioria das pessoas que praticava atividades físicas, o fazia na forma de caminhada.

(http://www.emedix.com.br/not/not1999/99out24psi-dumc-exe-depressao.php)

Uma caminhada durante 30 minutos, três vezes por semana, pode ser tão efetiva no alívio dos sintomas da depressão quanto o tratamento padrão à base de medicamentos anti-depressivos, conforme publicado na edição de hoje do The Archives of Internal Medicine.
Os pesquisadores estudaram 156 pacientes idosos diagnosticados com desordem depressiva principal (em inglês, MDD), os quais foram divididos em três grupos: exercícios, medicamentos e medicamentos com exercícios. Após 16 semanas, todos os grupos apresentaram melhoria similar e estatisticamente significativa. Cerca de 33% dos pacientes em geral não respondem a medicamentos, os quais causam, às vezes, efeitos colaterais indesejáveis.
O exercício pode ser considerado como opção viável para esses pacientes, conforme afirma James Blumenthal. Os resultado provavelmente se aplicam à população em geral, pois os idosos tendem a apresentar problemas médicos adicionais que podem tornar difícil a prática de exercícios regulares.
Sintomas da MDD incluem ânimo deprimido ou perda de interesse combinados a, no mínimo, 4 dos seguintes ítens: distúrbios do sono, perda de peso, mudanças no apetite, agitação psicomotora, baixa auto-estima ou culpa excessiva, cognição ou concentração debilitada e desejo de morte.
A simples ingestão de uma pílula é muito passiva, diferentemente do exercício, que faz com que os pacientes sintam-se dominadores de sua condição, com grande senso de realização. Sentem-se mais auto-confiantes, com melhor auto-estima por poderem realizar sozinhos os exercícios físicos.
Essas descobertas podem mudar a maneira pela qual alguns pacientes deprimidos são tratados, especialmente aqueles não interessados em anti-depressivos. O estudo não incluiu pacientes acentuadamente suicidas ou com depressão psicótica.


Atividade física ajuda a combater depressão em idosos na Unesp/Rio Claro

Há estudos que mostram que idosos moradores de instituições especialmente voltadas para eles podem sofrer mais sintomas depressivos que idosos residentes na comunidade. Um dos fatores que pode influenciar o desencadeamento desses sintomas seria o baixo nível de atividade física destes idosos.
Com o intuito de estudar se a participação em atividade física regular poderia influenciar beneficamente tais sintomas depressivos, sendo inclusive utilizada como tratamento ou como coadjuvante não-farmacológico para sintomas depressivos, foi implementado, em Rio Claro, em 2005, com o apoio do Programa de Atividade Física para a Terceira Idade (Profit), um programa de atividade física em instituições que abrigam idosos.
Criado em 1989 e promovido pelo Departamento de Educação Física de Instituto de Biociências (IB) da Unesp, campus de Rio Claro, o Profit tem o apoio do Núcleo Unesp-Unati da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Unesp.
As atividades foram desenvolvidas em 4 asilos de Rio Claro e região, sendo realizadas 3 sessões semanais de 60 minutos durante 6 meses com atividades recreativas, dança, esportes adaptados, caminhadas e ginástica geral. Participaram do Grupo de Atividade Física (GAF) 19 idosos, com média de idade de 77 anos.
Para um maior controle de variáveis intervenientes, foram constituídos outros dois grupos, com características semelhantes em idade, sendo o Grupo Controle (GC), com 17 sujeitos que somente responderam as avaliações com intervalo de 6 meses e o Grupo de Convívio Social (GCS), com 7 idosos que participaram de atividades de entretenimento, durante o mesmo período que o GAF.
Todos os participantes responderam à Escala para Depressão em Geriatria (GDS), para quantificar os sintomas depressivos e ao Questionário Baecke Modificado para Idosos (QBMI), para avaliar o nível de atividade física, antes (pré) e após (pós) as intervenções. A análise estatística (ANOVA two-way para medidas repetidas) demonstrou haver interação entre grupos e momentos, ou seja, o que ocorre com os sintomas depressivos depende do tipo de intervenção realizada.
O GCS apresentou uma melhora quanto aos sintomas depressivos, o que mostra a importância do relacionamento interpessoal, que é muito afetado com a institucionalização. O GAF se mostrou mais eficaz no sentido de diminuir tais sintomas depressivos, mostrando melhora um pouco mais acentuada que o GCS, o podendo ser explicado pelas alterações fisiológicas que a atividade física pode proporcionar, além do relacionamento interpessoal.
Também foi constatada correlação moderada e significativa (Correlação de Pearson) entre as variáveis, o que quer dizer que baixos níveis de atividade física podem influenciar no aparecimento de sintomas depressivos. Já para nível de atividade física somente o GAF apresentou um incremento.
Com tais resultados conclui-se que, em idosos institucionalizados, baixos níveis de atividade física podem ser um fator de risco para sintomas depressivos; programas de atividade física ou de contatos sociais também podem auxiliar na redução de sintomas depressivos; programas de atividade física parecem ser mais efetivos para aumentar o nível de atividade física e contrapor-se a sintomas depressivos comparado com programas de convívio social sem atividade física; e o não envolvimento com programas de atividade física ou de contato social aumenta o risco para sintomas depressivos.

Fonte: Unesp/IB/Rio Claro
Pesquisa feita em abril/2007